quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CNJ investe na ‘regularização de terras’ da Amazônia Legal

“O registro de imóveis precisa ser construído do zero
no Brasil”, afirma o juiz Antônio Carlos Braga Júnior,
do CNJ, em reunião com a corregedora-geral de Justiça
do TJ-AM, desembargadora Socorro Guedes, e equipe.
Defesa Estratégica e Segurança Jurídica são os motes do Projeto de modernização dos cartórios de registros de imóveis, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça. Nove Estados, que juntos correspondem a cerca de 60% do território nacional, serão beneficiados.

O juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Antônio Carlos Braga Júnior, reuniu nesta quarta-feira (23/02) com a Corregedora Geral de Justiça do TJ-AM, desembargadora Socorro Guedes Moura, para apresentar projeto do CNJ que prevê a modernização dos cartórios de Registro de Imóveis da Amazônia Legal.
A idéia, segundo Braga Júnior, é conferir a segurança necessária às propriedades da região. Ele se refere, principalmente, à realidade do Pará, onde técnicos do Conselho se depararam com inúmeros conflitos agrários em decorrência de grilagem, fraude nos registros de propriedade de terras e até falta de conhecimento por parte dos próprios registradores. “Com isso percebemos que vivemos uma crise de segurança jurídica e que o problema do Pará se replica em toda a região”, avalia.
A partir desta constatação o CNJ vem realizando estudos com o objetivo de redesenhar os cartórios de registros de imóveis dos nove estado que compõem a Amazônia Legal. Já realizou reuniões no Pará, Maranhão e Amapá. Ainda falta visitar os Tribunais do Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Tocantins, mas a opinião do juiz já está consolidada: “O registro de imóveis precisa ser construído do zero no Brasil”.
O projeto, que está sendo elaborado para a região norte, chama a atenção de Estados de outras regiões. Minas Gerais, por exemplo, consultou a possibilidade de fazer parte do grupo. O magistrado explica que isso acontece porque a modernidade que se pretende trazer para esses cartórios nenhum outro Estado brasileiro tem.
Ações de Modernização
Dentro de seis meses uma comissão irá lançar um manual para a gestão documental. Já está sendo viabilizado um estudo de georeferenciamento, começando pela área do Pará. Também estão sendo criados laboratórios de restauro, microfilmagem e digitalização, além de cofres para a guarda dos livros e documentos de registros de imóveis, que fará parte do Arquivo Nacional.
Um estudo também já se preocupa em encontrar o meio de distribuir a comunicação via internet em toda a região para facilitar o controle e monitoramentos dos registros. O projeto pretende padronizar desde o layout até a rotina dos cartórios de imóveis.
A Universidade de São Paulo (USP) vai participar do projeto para desenhar o modelo “matemático” de registro, na forma digital e integrado a outros órgãos que tenham interesse nas informações, como o Ministério do Desenvolvimento Agrário – que é um dos principais parceiros do projeto, tendo inclusive disponibilizado recursos da ordem de R$ 10 milhões para ações que viabilizem o projeto.
“A União tem todo o interesse na regulamentação das áreas da Amazônia. Isso diz respeito a defesa estratégica do país. É segurança nacional”, comenta o Braga Júnior.
Para ele, o Conselho Nacional de Justiça tomou a iniciativa por entender que o projeto em última análise fortalece também o judiciário. “Buscamos a segurança jurídica para os verdadeiros proprietários das terras brasileiras”.
O juiz comenta que um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou que se o Brasil tivesse segurança jurídica contabilizaria um aumento do PIB em número equivalente ao do Estado de São Paulo.
Pelas projeções de Braga Júnior as mudanças propostas devem acontecer entre 10 e 15 anos, “mas a base já está sendo construída”, conclui.
Adesão
Durante a reunião, a corregedora-geral de Justiça do Amazonas colocou o órgão a disposição para o que for necessário a fim de viabilizar o projeto no Estado. “O CNJ sabe que não temos muitos recursos para investimentos, mas temos boa vontade e disposição de sobra para implementar boas idéias. Estamos muito felizes com essa parceria do conselho”, comenta.
Socorro Guedes sugeriu que o assunto seja inserido na pauta do Encontro do Colégio de corregedores para que juntos os Estados da Amazônia Legal possam manifestar em bloco a adesão ao projeto.
A desembargadora ainda parabenizou o ministro Cezar Peluso pela preocupação que tem demonstrado com a região amazônica e o apoio que tem conferido aos magistrados no sentido dar continuidade a construção de uma justiça mais efetiva para todos, iniciada com a criação do CNJ.
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Fique por dentro
De acordo com levantamento do CNJ, hoje existe na região cerca de 400 cartórios de registro de imóveis. Agora o Conselho quer saber quantos processos relacionados a conflitos de terra tramitam no judiciário dos Estados da Amazônia Legal.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Juiz lança obra virtual sobre Lei de Divisão e Organização Judiciária

O juiz Carlos Henrique Jardim da Silva, lançou neste início de ano a primeira obra consolidada sobre a Lei de Divisão e Organização Judiciária do Estado do Amazonas (para leitura e download clique aqui). O texto anotado e atualizado com as legislações correlatas veio para suprir uma lacuna percebida pelo magistrado em relação a literatura sobre o tema.

De acordo com Jardim, "no mercado editorial local a única obra publicada a respeito do assunto, a par da notória competência do autor, também não traz o texto consolidado e atualizado da referida lei".

O magistrado comenta que dedicou-se a fazer uma pesquisa mais acurada para colocar a disposição dos alunos da Escola Superior da Magistratura do Amazonas, onde ministrou aulas de Organização Judiciária, um material consolidado, aproveitando o ensejo para fazer algumas anotações ao texto legal e acrescentar a legislação correlata.

Mas Jardim explica que o trabalho começou muito antes. "Desde que ingressei na magistratura amazonense ressinto-me pela ausência de referencial teórico sobre o assunto. Então tudo surgiu ante a necessidade por mim enfrentada de confrontar a legislação vigente com um potencial conflito de competência".

E acrescenta: "me vi obrigado a perder horas preciosas de trabalho em pesquisa na Intrnet, o que , diga-se, não é tarefa que no interior do Estado possa ser feita com desejada rapidez", conclui o magistrado. 

Texto para donwload:
Lei de Divisão e Organização Judiciária do Estado do Amazonas (texto consolidado, atualizado e anotado)
Caso não consiga acessar o link acima, siga as orientações: 
visite a página http://www.tjam.jus.br/ clique em CORREGEDORIA (na barra esquerda da página) em seguida role a tela para visualizar parte inferior da tela e observe os documentos em ANEXOS.
Boa Leitura.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Leia os destaques de capa de algumas revistas do país

Veja as manchetes das principais revistas brasileiras nesta
8ª semana de 2011.
Veja
Remédios para emagrecer

Época
O primeiro galã negro

IstoÉ
Ronaldo de fernômeno a mito

IstoÉ Dinheiro

O todo-poderoso dos genéricos

CartaCapital
Nem Alá nem EUA

Exame
O Homem do Risco

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Corregedoria cria sistema gestor para correição

Desde janeiro o Tribunal de Justiça do Amazonas conta com uma ferramenta capaz de oferecer mais agilidade ao trabalho de magistrados e servidores que atuam em correições, tanto na capital quanto no Interior. Um sistema foi desenvolvido para ampliar a coleta dos dados processuais a fim de formular relatórios mais detalhados para verificação do próprio TJ-AM.   O SGCOR, como ficou conhecido, foi desenvolvido por um analista da Corregedoria Geral de Justiça - que é a unidade responsável por orientar e disciplinar os agentes do poder judiciário.
O sistema atua com dois objetivos principais: conferir mais agilidade aos procedimentos correicionais e ampliar a comunicação entre dados facilitando o acesso à informações filtradas.
De acordo com a corregedora-geral de Justiça e idealizadora do SGCOR, desembargadora Socorro Guedes, a idéia era ter um sistema que atendesse todas as demandas da correição, levantando dados inclusive para fins comparativos.
“Até agora foi implantado apenas o módulo de provimentos, mas foi o suficiente para tornar o procedimento mais dinâmico e ágil”, garante a responsável pelo setor de correições, Jucimara Melo.
 Ela se refere a rapidez da plataforma onde o sistema está instalado e a criação da assinatura digital facilitada, que mesmo sem o token – que é a senha de assinatura virtual – é possível assinar milhares de documentos a partir de uma única assinatura digitalizada. Em média um magistrado assina 900 provimentos por correição.
Jucimara acrescenta que, cada vez que se consegue reduzir o tempo de algum procedimento na correição – sem perder a segurança do resultado – reduz-se também o tempo de permanência da equipe fora da comarca, o que representa economia de gastos para o Tribunal.
Maiores informações:Corregedoria Geral de Justiça (CGJ)
Setor de Correições – 2129-6654
corregedoria@tjam.jus.br

Protocolo da Corregedoria entra na Era Digital

Já está em teste um sistema que garante mais eficiência e economia no cadastramento de processos e documentos endereçados à Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).

As adequações estão sendo feitas para minimizar ao máximo o tempo entre o protocolo do documento e a visualização do mesmo por parte dos setores de análise, especialmente Gabinete e Juízes Auxiliares da Corregedoria, visto que a autuação virtual do expediente será realizada no próprio Setor de Protocolo do Órgão, o que dará maior celeridade ao trâmite dos documentos e reclamações disciplinares.

Esta mudança traz outro grande benefício às partes e ao meio ambiente, pois os expedientes poderão ser protocolados em apenas uma via, ou seja, o interessado, ao dar entrada em uma reclamação disciplinar, por exemplo, não vai mais precisar levá-la em duas vias, bastando apresentar o documento original, protocolá-lo e recebê-lo de volta em até 48h, devidamente autuado, com respectivo número e nome do magistrado ao qual o processo foi distribuído. A meta é, num futuro breve, diminuir este prazo para poucos minutos.

Caso não queira ou não possa retornar à Corregedoria, a parte interessada pode ligar para (92) 2129-6757 e receber o número do seu processo para acompanhar o trâmite pela Internet (
www.tjam.jus.br / consulta de processos).
Segundo a Corregedora-Geral de Justiça, Desembargadora Socorro Guedes Moura, “a intenção é dar continuidade ao processo de aproximação entre o jurisdicionado amazonense e o Poder Judiciário, gerando também economia de tempo, de dinheiro público e particular, e até contribuindo para preservação do meio ambiente”, avalia.
Segredo de JustiçaAs situações envolvendo magistrados e incapazes tramitam em segredo de Justiça. Para acompanhar esse tipo de processo por meio do site do TJ-AM é necessário solicitar uma senha de acesso. O pedido pode ser formulado por requerimento endereçado à Corregedoria Geral de Justiça ou através do e-mail corregedoria@tjam.jus.br. 
Dicas Para garantir maior clareza aos processos ou documentos cadastrados junto a CGJ/AM, devem ser observadas algumas dicas:
- o endereçamento à Corregedoria Geral de Justiça do Amazonas;
- a qualificação completa da parte interessada e contra interessada, juntando-se cópia do documento de identidade, comprovante de residência e e-mail;
- a procuração do patrono da parte interessada, caso haja, contendo respectivo domicílio profissional;
- a identificação clara do ato impugnado, nome do agente, órgão que praticou ou deveria ter praticado o ato;
- a exposição dos fatos e razões de direito que a fundamentam;
- a formulação objetiva do pedido;
- a juntada dos documentos comprobatórios da alegação.
 Maiores informações:
Corregedoria Geral de Justiça do TJ-AM
Setor de Protocolo - (92) 2129-6757
corregedoria@tjam.jus.br

CARTÓRIO DO AMAZONAS RECEBE PRÊMIO NACIONAL


XII Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registro, que aconteceu em João Pessoa (PB), foi palco do reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo 6º Ofício de Registro de Imóveis de Manaus, que em novembro passado recebeu o Prêmio de Qualidade Total promovido pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), em parceria com o Ministério da Justiça.
O XII Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registro, que aconteceu em João Pessoa (PB), foi palco do reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo 6º Ofício de Registro de Imóveis de Manaus, que em novembro passado recebeu o Prêmio de Qualidade Total promovido pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), em parceria com o Ministério da Justiça.
A avaliação foi feita através de auditorias independentes, composta por profissionais credenciados por organismos de certificação internacional, baseadas em critérios objetivos de requisitos da gestão do serviço notarial e de registro.
De acordo com o presidente da Associação dos Notários e Registradores (Anoreg), Rogério Portugal Bacellar, “são notáveis os trabalhos desenvolvidos pelo 6º Cartório de Registro de Imóveis de Manaus para melhoria na eficiência dos processos internos. Além disso, o aprimoramento de produtos gerados e seu envolvimento pela melhoria da qualidade dos serviços prestados à cidade de Manaus e, consequentemente, todo o Estado”.
De acordo com o titular do 6º Ofício de Imóveis da capital amazonense, Aníbal Chaves, esse é o resultado de um esforço de todos no sentido de melhorar o relacionamento do cartório tanto entre os funcionários quanto com a população. E acrescenta: “Já estamos promovendo medidas de buscar em 2011 o prêmio na Categoria Ouro”.

Prêmio

O objetivo do Prêmio de Qualidade Total da Anoreg, em parceria com o Ministério da Justiça, é mobilizar todos os credenciados com o propósito de melhorar o desempenho organizacional dos serviços, através da premiação dos que demonstram esforços efetivos. Estas ações devem promover a racionalidade nos processos, otimização nos níveis de qualidade e produtividades, com foco na satisfação dos clientes, da sociedade e dos funcionários.

Conheça a escala de plantão de óbitos

Com o objetivo de manter a população bem informada acerca dos serviços regulamentados pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, a Corregedoria Geral de Justiça reitera o conteúdo do Provimento 152/2008, que estabelece a escala de plantão de óbito para cartórios de Registros Civis das Pessoas Naturais da Capital para o ano de 2011.
O atendimento disposto no referido Provimento diz respeito aos sábados, domingos e feriados - dias em que o cartório plantonista deverá funcionar das 08h30 às 12h e das 13h às 16h30 - para emissão de certidão de óbito.
Durante a semana as certidões poderão ser emitidas pelos demais cartórios, observando a área de atuação dos Ofícios de Registro Civil

Plantonista - 2011 
·         Janeiro - 4º Ofício
·         Fevereiro - 5º Ofício
·         Março - 6º Ofício
·         Abril - 7º Ofício
·         Maio - 8º Ofício
·         Junho - 9º Ofício
·         Julho - 10º Ofício
·         Agosto - 11º Ofício
·         Setembro - 12º Ofício
·         Outubro - 1º Ofício
·         Novembro - 2º Ofício
·         Dezembro - 3º Ofício
Contatos
1º Ofício de Registro Civil fone: 3633 7172
ELCY ALVES MENDONÇA
Rua Leonardo Malcher, 871 – Centro – CEP: 69.010-170
2º Ofício de Registro Civil fone: 3232-8818
MARIA DAS GRAÇAS DE MIRANDA SALES
Rua Alexandre Amorim, 528 – Aparecida CEP: 69.010-300
3º Ofício de Registro Civil fone: 3232 2180
NORCEU SANTIAGO DE OLIVEIRA
Rua 7 de Setembro, 1.240 – salas 2/03 – Centro – CEP: 69.005-141
4º Ofício de Registro Civil fone: 3629-1334
MIRANDOLINA DA S. G. RODRIGUES
Av. Leopoldo Péres, 666 – Educandos – CEP: 69.070-250
5º Ofício de Registro Civil fone: 3611-9080
MARCO HENRIQUE R. MESQUITA
Rua Borba, nº 1262 - Cachoeirinha - CEP: 69065-030
contatos: 9191-9137 (Marcos) 9114-3747 (esposa)
6º Ofício de Registro Civil fone: 3671 4287
SELMA MARIA LIRA BARROS
Av. Lourival Muniz, 454 – Glória – CEP: 69.027-620

Destaque: Ernandi Rodrigues Thiago - UMA LUZ QUE NASCEU DA ESCURIDÃO

Um exemplo de superação. Assim pode ser definido o servidor Ernandi Rodrigues Thiago, que atua no Pólo Avançado do Núcleo de Conciliação das Varas de Família. Mesmo preso a escuridão, devido a cegueira irreversível manifestada desde os 19 anos de idade, tornou-se uma inspiração por onde passa.
Portador de uma doença congênita que leva à perda gradativa e irreversível da visão, chamada retinose pigmentar, Ernani teve motivos suficientes para limitar-se - como várias pessoas fazem por muito menos. Rebento de uma família pobre, durante muito tempo trabalhou como camelô, depois tornou-se radialista e industriário até ser surpreendido pela perda drástica da visão.
“Foram tempos difíceis”, relembra. Perdeu o emprego, os “amigos”, a vontade de viver... mas restou-lhe a família. Casado e pai de uma filha, aos 43 anos já havia perdido 90% da capacidade de enxergar. Desmotivado pelos médicos a buscar tratamento, contou com a ajuda dos parentes e tomou uma decisão: ser feliz e retomar todas as oportunidades que não via quando ainda podia enxergar.
Em sete anos concluiu o ensino fundamental e médio, por meio do EJA (Educação para Jovens e Adultos) e ainda formou-se em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), após concorrer em pé de igualdade com os demais inscritos no vestibular de 2006 da instituição.
“Aprendi que sonhar é de graça”. E tanto sonhou, e batalhou, que hoje está escrevendo sua história pelas próprias mãos. Descobriu a paixão pelo Direito e investiu nela.

Um dia encontrou o juiz Gildo Carvalho, nas dependências da Ufam e quis conversar sobre a possibilidade de trabalhar como voluntário no Pólo Avançado, que é coordenado pelo magistrado. “Com a sabedoria de fazer-nos descobrir o nosso melhor, ele não facilitou o caminho para mim. Disse que eu tinha que concorrer com os demais interessados, mas que seria melhor eu participar do processo seletivo para estagiário para garantir uma bolsa-auxílio. Duvidei da minha capacidade, mas me fortaleci na confiança que ele passou. Fiquei em 8º lugar dentre os 30 inscritos”.
Daí começou sua história no lugar que ele considera o melhor do mundo. “Amo o Tribunal de Justiça, quero fazer carreira aqui”. Em 2009 foi contratado pelo TJ-AM, por iniciativa do desembargador Domingos Chalub, então presidente, que abriu oportunidade para talentos com necessidades especiais.
Mesmo aprovado nos concursos das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde (Susam e Semsa), recusou o cargo para continuar o que mais aprecia na vida: “trabalhar no judiciário amazonense, em prol da sociedade”.
Seu objetivo atual é ser aprovado no exame de Ordem (OAB).
Hoje é conciliador. Se orgulha de fazer parte de uma equipe que resolve cerca de 99% dos processos pelas vias do acordo.

No último sábado (05.02), colou grau junto com outros 50 novos bacharéis em Direito que nem de longe enfrentaram tantas dificuldades para concluir o curso.
Sem a possibilidade de ler, ao longo dos cinco anos de faculdade contou com o apoio dos amigos e com a ajuda incansável de sua monitora Mariana Schettini para gravar em áudio o conteúdo dos livros e revisar todo o material.
Para a colega de turma, Jucimara Silva, que trabalha na corregedoria-geral de Justiça do TJ-AM, quando por algum motivo alguém pensava em desistir do curso, logo lembrava do exemplo de força e de superação do Ernandi. “O que nos fazíamos por ele era somente retribuir a inspiração que ele oferecia gratuitamente para turma”, comenta.
O próximo objetivo desse obstinado cidadão é tornar-se magistrado do TJ-AM para atuar na área de família, seguindo os passos do juiz Gildo Carvalho, a quem admira. “Sei que o nível de conhecimento é alto, por isso o caminho é longo e difícil, mas estou disposto a trilhá-lo”, assegura.
E alguém duvida que ele vá conseguir?
“Hoje, aos 51 anos, trago a certeza que obstáculo existe para ser superado”, conclui Ernandi, demonstrando o motivo de ser uma pessoa tão especial - no verdadeiro sentido da palavra.